Shinigami no Sangatsu - Shitai no Nageki

Beleza, esse é o o projeto que eu tanto falo, Shinigami no
Sangatsu.Esse é o prólogo de uma história longa,bem longa.Como eu vou
fazer essa história em mangá, existem algumas coisas que serão deixadas
de lado, e revelações também.Então Shitai no Nageki (A lamentação dos
Cadáveres) é meio que um demo, um Trial.
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“Estava te esperando.” Eu disse à criatura que se aproximava
de mim, flutuando preguiçosamente até a minha sacada. Era noite no meu sonho
dessa vez, então o seu enorme corpo negro estava um tanto camuflado, mas os
seus grandes olhos vermelhos eram inconfundíveis.
Ele foi chegando cada vez mais perto de mim, e então eu pude
ver um pouco melhor a sua sombra; o seu cabelo era longo e fino, e sua franja
era um pouco espetada. Parecia até um humano, mas ele era uma sombra, então não
dava exatamente para ver como ele era.
“Boa noite, Sr.Kiryuu.” a criatura de sombras me disse,
pousando logo atrás de mim.
“Boa noite, Sr. Shinigami.” Sim, a criatura da qual estamos
falando é um Shinigami, um Deus da Morte. Ele começou a me visitar há alguns
anos em meus sonhos, falando comigo e brincando com o que eu lhe contava. Eu
sorri. “O que me conta de velho?”
“Ah, tenho algumas coisinhas a lhe contar sim, dessa vez...”
eu senti seus braços se enrolando em meu pescoço.

Esse Shinigami, ele sempre me dizia a mesma coisa, toda vez
na qual ele aparecia.Depois de um tempo, eu me percebi desejando que ele me
dissesse algo diferente, pelo menos uma vez.

“E o que seria essa coisinha?"

Ele riu, apenas. Pisquei meus olhos e me vi em um lugar
totalmente escuro, sem luz, sem estrelas, sem nada. Olhei para minhas mãos e
estranhamente consegui enxergá-las.Era apenas um fundo de escuridão,talvez?Bom,
preto é a ausência de cor...então provavelmente era a representação física do
nada,mas isso é apenas uma teoria minha.A risada do Shinigami voltou a ecoar em
meus ouvidos, cada vez mais alta,até que consegui enxergá-lo.
Pela primeira vez, o Shinigami não era uma sombra, e sim um
homem, um pouco mais velho que eu, com uma foice cerimonial na mão direita. Não
me lembro dos detalhes, somente que o seu rosto era um tanto bonito e jovem.

“Da primeira vez que eu vim a você, Daisuke Kiryuu, eu me
lembro de ter dito que esperaria até você ter 16 anos, não é?”

“Eu não me lembro, faz muito tempo.”

"Eu disse.Afinal, a hora chegou.” Ele se aproximou de mim.
“Você foi escolhido há dois anos como a vítima.Você aceita?”

A vítima? “O que eu tenho de fazer?”

“Eu sou um Shinigami em treinamento.Eu não tive o tempo
suficiente para conseguir todo o meu poder.Se acontecer um erro por causa
disso, eu corro o risco de morrer.Então, a solução para casos como esse é
escolhendo uma vítima, e repetindo um espaço de tempo, e matando essa vítima
incessantemente.Mas se você conseguir sobreviver até o fim do período, você tem
a sua vida prolongada por algumas centenas.”

Não é uma má idéia.

“Pode ser.”


O Shinigami arregalou os olhos e olhou para mim como se eu
fosse um E.T. Não o culpo. Ninguém faria uma escolha tão idiota. A não ser eu
mesmo. Se ele soubesse, se alguém soubesse
o que eu passei, não pareceria tão idiota assim.


“É melhor um jogo de morrer ou viver do que o limbo eterno,
afinal...”


“O quê?...Enfim, você aceitou o jogo.Quando você acordar,
você vai ter uma pequena lembrança, para você não se esquecer no que você se
meteu.”


“Certo.”


“Adeus.”


E então tudo se tornou escuridão.


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“Daisuke!Daisuke!DAISUKE!” Argh. Se o meu melhor amigo
parasse de me acordar assim, eu viveria minha vida melhor. Ou se eu jogasse a
chave da minha casa que ele tem em algum lugar onde ele nunca pensaria em
procurar... “Você vai se atrasar de novo!Você sabe que eles não perdoam, mesmo
que você more sozinho!”
“Hmm,Tsuya...Eu tive uma noite horrível...” O nome desse garoto de cabelos verdes a minha frente é Tatsuya Tomoya, mas eu gosto de chamá-lo de Tsuya.Ele vive com a irmã mais nova, e é um ano mais novo que eu.
“Primeiro:Camas foram feitas para você dormir nelas, e não
no chão!” Eu tenho o hábito de dormir no chão.Não tente entender. “Segundo...”
O tom dele ficou mais sério de repente. “...Onde você comprou esse colar?Eu
nunca vi você com ele...”




Ah, nada sério...


...


...


...Espera aí.






Eu nunca comprei um colar.



"......!!"



Eu me levantei imediatamente, e puxei uma corrente de ouro
que apareceu repentinamente no meu pescoço. Com um pingente de cruz, com uma
pedra azul no centro e algo que parecia uma estrela atrás. Olhando do outro
lado, havia uma frase gravada no ouro, em letras cursivas, como uma aliança
sombria:

O Tolo é o ser, que não admite que precisa morrer.



“Tatsuya...”


“Hm?”




“Acho que me envolvi em algo muito pior do que pensei...”


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Críticas são muito bem-vindas!

Capítulo 1: Indicações infinitas





Daisuke e Tatsuya andavam até o único colégio da cidadezinha
de Shinaba, o loiro explicando sua situação complicada e sobre sua resposta
impulsiva. Normalmente, Daisuke não teria dito nada a ninguém, mas Tatsuya era
a única pessoa na qual ele confiava completamente.O passado que os dois
compartilhavam era mais absoluto que qualquer dúvida.





“Hmm...Então esse Shinigami que você vive falando finalmente
te deu um ultimato...” Tatsuya suspirou.Ele acreditava plenamente no amigo, que
não tinha razão nenhuma para mentir.Mas, mesmo assim, a história era muito
bizarra. “Ele vai te matar de qualquer jeito, não é?”





“Parece que sim.” Daisuke puxou o colar de dentro de seu
uniforme. Não tinha mais volta, e ele estava praticamente sozinho.O Tolo é o
ser que não admite que precisa morrer, mesmo.Ele estava subestimando a morte.





“Ah,Daisuke!Eu conheço alguém que pode te ajudar!” Daisuke
olhou os olhos verdes do amigo. Não parecia que Tatsuya estivesse mentindo para
ele, mas era praticamente impossível alguém poder ajudá-lo contra um deus.





“E quem seria...?” Respondeu, sem esperança.





“Ah, não fica tão desanimado, dá pra alguém te ajudar! Na
hora do almoço, eu te levo até ele!” Tatsuya puxou-o pela mão, até a escola.





Daisuke não tinha confiança nenhuma na pessoa que Tatsuya
indicou, não pelo amigo, mas pelo fato de que era impossível derrotar um deus.Ele
foi um tolo em aceitar morrer repetidas vezes.Ele foi um egoísta, pois existia
pelo menos uma pessoa que o queria naquele mundo.





Mas talvez a chave esteja nessa pessoa, de qualquer maneira.





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Após as aulas, na hora do almoço, Tatsuya levou Daisuke até
o ginásio aberto de esportes.Estava um dia ensolarado, Daisuke notou pela
primeira vez; andar e estudar o permitiu ver a realidade além do pânico
novamente.Havia poucas nuvens no céu azul, finas como um véu.


Seria este o dia em que a guerra começaria?Ou ela já estava
acabada?Não eram bons pensamentos, mas Daisuke se conhecia e sabia que no dia
em que seus bons pensamentos superassem os maus em sua mente, o Inferno
congelaria.





“Akihara-senpai!”


O loiro virou seus olhos azuis de volta à terra firme,
apenas para encontrar um similar par de olhos, observando-o.





Era um jovem um pouco mais velho que os dois garotos, talvez
um estudante do terceiro ou quarto ano. Seus olhos eram de um azul gélido que
contrastava com seus longos cabelos cor de sangue, presos por uma fita também
azul.Ele emanava uma aura de seriedade e segurança.





“Hm...?”O jovem hesitou por um instante. “...Tomoya?”





Silêncio.Daisuke virou-se: Os olhos verdes de seu amigo se
arregalaram de surpresa.





“Como você...?” Tatsuya parecia um pouco surpreso, um pouco envergonhado.





“Eu perguntei.” O jovem riu. “A gente se vê todo dia, e
ninguém fala com você no período antes do almoço, eu queria pelo menos fazer
conversa uma vez, então eu perguntei pra alguém aqui perto.Ah,isso foi hoje.”





Daisuke continuou olhando o amigo, incrédulo. Tatsuya nunca
havia lhe contado nada sobre aonde ele ia nos horários de almoço.Ele só sabia
que seu amigo gostava de almoçar sozinho.





“Um...Er...Ah, sim! Daisuke!Esse aqui é o irmão mais novo da
professora Hikaru Akihara de Educação Física, Akio
Akihara-senpai!Akihara-senpai, esse é o meu melhor amigo, Daisuke Kiryuu!”





Akio discretamente franziu a testa na menção de sua irmã
mais velha, mas logo voltou a sorrir.





“Prazer,Kiryuu-kun.”


“Prazer, Akihara-senpai.”





“Akihara-senpai, ouvi dizer que você é um expert em
ocultismo, e principalmente em mitologia, não?” Tatsuya perguntou com um ar
ligeiramente inocente,mas que não deixava dúvidas.


“Nem tanto, gosto de pesquisar mais sei tanto quanto
qualquer um.”Akio sorriu. “O quê?Você precisa de alguma coisa?”





O tom no qual o ruivo disse aquelas palavras era terno e
confiável, mas Daisuke ainda estava desconfiado. Ele era apenas um estudante,
como ele poderia ajudar?O loiro estudou aqueles olhos azuis com firmeza,
fazendo o outro jovem voltar-se para ele.Era um teste, sem uma palavra e apenas
uma pergunta: ‘Você pode me ajudar?’





“Então é você quem precisa da minha ajuda...Então que fique
claro.Se houver alguma coisa na qual eu possa ajudar, encosto nenhum te alcança
mais!” O sorriso e a determinação de Akio fez Daisuke ter certeza.Se ele não o
ajudasse,ao menos teria alguma informação.





“Então você está oficialmente na minha equipe...de três.”
Daisuke lhe devolveu o olhar intenso.





“Bom, o sinal já vai bater,então todos na minha casa depois
das aulas!” Akio disse prontamente, escrevendo seu endereço em um pedaço de
folha de caderno em seu bolso. “Isso é só garantia.Se encontrem comigo na saída
e eu levo vocês.Onee vai de carro.”














“Tudo bem, te vemos depois.”





Daisuke não sabia bem se estava feliz, satisfeito ou
inquieto e nervoso.Feliz por ter alguém no qual confiar, ou inquieto por ter
visto uma minúscula sombra nos olhos do outro garoto.Não uma sombra de ambição.








Uma sombra de rancor.





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A casa dos Akihara era pequena e bem-arrumada, com alguns
materiais de medicina e computadores nos cantos da sala, mas ainda um tanto
limpa.Melhor que a casa Kiryuu, como Tatsuya fez a gentileza de mencionar.
Obviamente ganhando um soco de Daisuke.





“Bom...” Akio gesticulou para os dois se sentarem, e
virou-se para apanhar alguns livros em seu quarto logo adiante. “Qual é o
problema?”





“Você tem alguma informação...sobre...” Daisuke tentou
começar, sua voz diminuindo de volume a cada palavra, até desaparecer.O loiro
quis bater a cabeça na parede; havia chegado tão longe, para que hesitar agora?Até
parece que alguma coisa iria acontecer!





“Sobre...?” O ruivo voltara, com alguns livros em mãos.Parecia
agitado com uma oportunidade de pôr suas pesquisas em ação.





Daisuke hesitou mais um pouco.





“O...Shinigami...?”























Um baque surdo.

















Livros no chão.