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Anna. Livro I

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Mensagem por Convidad Sáb Fev 06, 2010 4:20 pm

Anna

Cap. I- A floresta



Inferno. Era essa a palavra na qual eu definia minha vida.
Eu e minha mãe morávamos em M.I. uma cidadezinha do interior da Inglaterra. Ou pelo menos agora morávamos, já que todo fim de ano ela resolvia se mudar de casa. Eu particularmente não aguentava mais, afinal, quem que com 16 anos de idade não se importaria de deixar os amigos para trás uma vez por ano? Era um saco, e o pior disso tudo,é que ela nunca me contava o por que de tantas mudanças, e se eu perguntasse, ela ficava brava perguntando-berrando-o por que eu queria saber, então, eu simplesmente desisti de perguntar. Mas isso tem suas vantagens, eu sempre ganho as brigas e na maioria das vezes uso como desculpa para fazer algo que eu realmente queira, mas ás vezes ela se magoa, não tenho certeza do por que.
Então você se pergunta: se a mãe dela se muda tanto, por que ela ainda mora com a mãe? Meu pai morreu quando eu tinha 3 anos, num acidente de barco, não sei nem em que país que isso aconteceu, pois isso é outra coisa que eu não me atrevo mais a perguntar para minha mãe. Ela não fazia escândalo com isso pelo menos, mais me incomodava ver minha mãe triste, e ela sempre ficava quando eu lhe falava do meu pai. Até onde eu sei, eles se amavam muito-descobri quase tudo que sei sobre meu pai, na base da vizinhança. Eles descobriam para mim, e depois me contavam.
A propósito, meu nome é Anna.
Era dia vinte e três de dezembro, e minha mãe estava limpando a casa para que no natal ela ficasse limpinha. Nunca entendi muito bem isso. Caramba meu, a casa já ficou suja o ano todo mesmo, pra que se importar com isso justo no natal? Mães vivem reclamando que nunca tem tempo para fazer nada em casa, e quando tiram férias para o fim de ano, ficam limpando a casa... Eram duas e meia da tarde e não tinha absolutamente nada para fazer. Não tinha nada mesmo. Ainda não tinha internet e a tv a cabo ainda não tinha sido instalada. Como eu era nova na cidade, não conhecia ninguém para sair comigo, e minha mãe não me deixava sair sozinha-entendendo agora o por que do "inferno"?-talvez uma caminhada-isso ela me deixava fazer, já que só envolvia a calçada-mas eu estava com preguiça de andar na neve. Não ia fazer as unhas, não ligava para isso e o esmalte começaria a sair em dois dias, eu ficaria com preguiça de tirá-lo e minhas unhas ficariam mais feias do que já estavam. Cuidar do meu cabelo pra que? Ele já era bonito, não precisava de chapinhas e secadores. Era liso quase todo, mas enrolava um pouco nas pontas, era preto até metade das costas.
O tédio ainda não havia ido embora, então resolvi fazer a caminhada mesmo. Enjoei da casa na primeira semana em que vivi ali. Levantei do sofá, tropeçando em umas caixas que ainda estavam cheias de coisas da mudança, peguei meu casaco, luvas uma touquinha feia que havia ganhado de não lembro quem, abri a porta, respirei o ar de mato-o cheiro era uma delícia, acredite- saí, e bati a porta com tudo
-ANNA! ONDE VOCÊ VAI!?!?
- Não sei mãe, vou dar uma caminhada mais volto já.
- VOLTE AQUI ANNA! VOCÊ NÃO CONHECE A CIDADE E PODE SER PERIGOSA!
Perigosa... Humpf! Ora essa, o que podia ter de perigoso em M.I.!? Isso mesmo, NADA.
-ANNA! ESTÁ MUITO FRIO! VOLTE AQUI!!!
Depois disso eu não ouvi mais nada. Eu me dirigia em direção a rua e comecei a me perguntar onde eu iria, então, eu lembrei da floresta que era o quintal da minha casa. Dei meia volta, e fui até a ela.
Lá no fundo tinha um cercado feito de madeira e arame, e um portãozinho-que estava muito bem trancado e com cadeado- ótimo, como eu sairia agora?-O portão era pequeno mesmo, não seria problema para mim, então, eu pulei.
O chão de terra estava sendo protegido da neve pelas árvores, em sua maioria pinheiros altos, muito altos. Todo o chão marrom e humido não encontrava um único floquinho se quer de neve.
Andei um pouco, para dentro da floresta, e ali não avia som algum, a não ser pelos meus passos e respiração. Aquele lugar chegava a ser excitante. Andei por mais ou menos duas horas, e já estava cansada, eu não gostava muito de andar, mais eu era obrigada: ou eu andava, ou eu ficava trancada em casa sem fazer nada. Preferia a primeira opção.
Já eram quase quatro da tarde, mas eu não conseguiria voltar agora para casa, então andei mais um pouquinho até achar um lugar para sentar e descansar. Ali era uma área mais aberta do que o resto da floresta, no chão havia um pouco de neve, já que os pinheiros altos não estavam em tão grande quantidade agora.
Eu me sentei, na neve mesmo, o frio nunca foi problema para mim.

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